Pílula 10 - Tarot e religião - Tarot e a Umbanda como fica isso?
- Nathalia Andrade
- há 4 dias
- 3 min de leitura
Tarot e Religião
O Tarot e o baralão cigano são uma ferramentas milenares, ricas em simbolismos e arquétipos, que serve primariamente como um oráculo de autoconhecimento, orientação e reflexão. Uma dúvida comum e importante que surge é: Qual a relação do Tarot com a religião?
A resposta direta é: O Tarot, por si só, não é uma religião e para abrir qualquer oráculo não precisa existir vínculo religioso.
Ele é um sistema simbólico (composto por 78 cartas, ou Arcanos Maiores e Menores) que explora a jornada humana, os desafios, as potencialidades e os ciclos da vida, com raízes históricas mais ligadas ao esoterismo, à filosofia e à psicologia (especialmente através dos estudos de Carl Jung sobre arquétipos e o inconsciente coletivo) e o baralho cigano com suas 36 cartas e símbolos do dia a dia, não é diferente.
Tarot e Religião: As Principais Diferenças
Natureza:
Religião: É um sistema de fé, crenças e práticas, geralmente envolvendo a adoração a uma divindade (ou divindades), códigos morais, rituais e uma comunidade organizada. Foca-se em um caminho para o sagrado ou a salvação.
Tarot: É um oráculo (instrumento de consulta), que funciona através da sincronicidade (coincidências significativas, como a tiragem de uma carta no momento certo). Sua finalidade principal é promover a introspecção e oferecer perspectivas. Pode ter conexão com intuição, espiritualidade, mundo místico, egrégoras diversas, mas não é religioso.
Vínculo com o Sagrado:
Muitas pessoas utilizam o Tarot dentro de uma espiritualidade (busca pessoal por sentido e conexão com o transcendente) sem que ele se torne uma religião. A fé do tarólogo ou do consulente pode influenciar a leitura (acreditando que a orientação vem de Deus, do Universo, de guias espirituais, do inconsciente, etc.), mas o sistema de cartas permanece neutro em termos de dogma religioso.
Aceitação Religiosa:
Algumas religiões, especialmente vertentes mais ortodoxas do Cristianismo, podem condenar o uso do Tarot (e de outros oráculos), associando-o a práticas de "adivinhação" ou "feitiçaria" que divergem de seus dogmas.
Outras linhas de fé são mais tolerantes ou até mesmo integram elementos oraculares em suas práticas, desde que não contrariem seus princípios fundamentais.
O Tarot e a Umbanda: Uma Relação Específica

A Umbanda é uma religião brasileira com raízes africanas, indígenas e europeias. No contexto umbandista, o uso de oráculos é comum.
O Tarot, assim como o Baralho Cigano ou outros instrumentos, pode ser utilizado em um Terreiro de Umbanda.
Primeiro entenda: Muitos médiuns de umbanda são tarólogos e usam o Tarot em seus atendimentos particulares como uma ferramenta de orientação pessoal, psicológica e espiritual, igual qualquer outro oraculista.
Agora a segunda coisa importante = Oráculo usado Pela Entidade (Na Gira):
É aqui que entra a distinção crucial para o seu estudo: quando uma Entidade (como uma cigana) utiliza as cartas em uma consulta, o Tarot não é usado por ela como um oráculo no sentido estrito da palavra (ou seja, como a ferramenta principal de autoconhecimento, busca de orientação e etc, tudo que já falamos acima) para a Entidade, o Tarot (ou qualquer outro objeto usado) é um Elemento de Manipulação Energética e Concentração, igual a capa é pro Exu, ou uma chupeta pro erê. Compreendeu? Isso não impede que o médium estude cartas se quiser, mas não mistura as coisas!
A Ferramenta da Entidade
Para a Entidade, o baralho é comparável a outros "instrumentos de trabalho" que elas utilizam, como:
A Capa do Exu: Não são apenas vestimentas ou objetos, mas elementos que concentram e manipulam a energia do médium e do ambiente para o trabalho espiritual.
O Cachimbo do Preto Velho: Não é apenas um fumo, mas um veículo para a fumaça (que é um elemento purificador e condensador de energia) e um foco para a concentração.
A Chupeta, o Doce ou o Brinquedo do Erê (Criança): São objetos que ajudam a trabalhar a vibração que a Entidade precisa para atuação terrena, facilitando a comunicação e a manipulação energética necessária junto ao humanos.
O Tarot: Neste contexto, as cartas são um ponto de concentração para a Entidade, servindo como focos arquetípicos pelos quais elas podem direcionar a energia da consulta, o olhar do consulente no objeto e sua concentração com isso, assim como usaria pedras, runas, velas e outros.



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